Yamas e Niyamas
O Yoga Sutra de Patanjali é conhecido como o primeiro trabalho codificador de um sistema de Yoga que, até então, figurava nos Vedas e Upanishads de forma diluída e não sistematizada. O Yoga Sutra de Patanjali é chamado de Raja Yoga ou Ashtanga Yoga (Ashtanga significa oito partes) por apresentar oito passos definidos para se alcançar o Samadhi. Os yamas e os niyamas são os dois primeiros passos desse caminho e foram abordados, um a um, em textos anteriores.
Os yamas e niyamas são um treinamento, de base moral e íntima, que dá diretrizes para o autoconhecimento e auto-aperfeiçoamento e que tem purificam e a harmonizam a mente, preparando o Ser para a iluminação. Eles são determinados por uma base pragmática e prática: aquilo que fortalece e facilita a prática de yoga deve ser observado e mantido, e o que a enfraquece ou dificulta deveria ser evitado. Eles são alicerces que apoiam a prática individual de yoga e auxiliam no processo de libertação da mente. Os cinco yamas estão ligados ao autocontrole, no sentido de autodomínio, ou abstenção. Os Niyamas são as observâncias, das quais também há cinco.
Os yamas são os "não faça" na vida de um iogue, refletem no comportamento social. Não mate (Ahiṃsā), não minta (Satya), não roube (Asteya), não desperdice sua energia criativa (Brahmacharya) e não cobice aquilo que não pertence a você (Aparigraha). Eles são ferramentas para exercitar o autocontrole, evitando ceder aos impulsos mais baixos - chamados de "eu inferior". Quando aplicados na vida do indivíduo, pode-se definitivamente ter melhores relações pessoais e sociais.
Segundo Patanjali, a observância de Ahimsa torna o Sadhaka (monge) imune ao sentimento de inimizade de todos os seres. Satya o leva a obter os resultados desejados de qualquer ação sem muito esforço. Asteya leva à disponibilidade de riqueza ao iogue, o que for necessário para o benefício das pessoas carentes. Brahmacharya leva ao acúmulo de Veerya (energia vital) e, como resultado, Ojas (energia espiritual que é armazenada no cérebro). Ojas é a verdadeira força por trás da conquista do Brahman. O Aparigraha leva ao conhecimento dos nascimentos passados e futuros do iogue e acentua seu desejo de se livrar dos ciclos de nascimentos e morte.
Os niyamas são observâncias interiores. Aliás, o significado mais literal de niyama é observância: prática que refina a natureza do Ser, exercitando o controle da mente para que a concentração foque em Samadhi. São práticas que despertam a humildade, o contentamento, a devoção e a cognição. Shaucha: pureza, limpeza; Santosha: satisfação, paz; Tapas: austeridade; Iswarapranidhana: entrega; Swadhyaya: auto-estudo.
Tapas se refere à autodisciplina e desenvolve a capacidade de ir além dos limites. É manifestado como uma disciplina externa. Por outro lado, Sawadhyaya é a disciplina interna, do processo de auto-análise com equanimidade, sem justificativas, julgamentos, identificação ou condenação, aprendendo a olhar para dentro de si mesmos com objetividade. E Iswarapranidhana, o último niyama, a entrega.
Os Yamas e Niyamas são como códigos comportamentais que visam dominar essas seis características. Os Yamas e Niyamas ajudam o indivíduo a cultivar uma disciplina de bons hábitos e a evitar hábitos que podem debilitar a saúde.
Que todos os seres possam ter paz,
Namastê
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