Santosha - contentamento संतोष

Breve Introdução:

No texto "Os alicerces do yoga" foram abordados os oito membros do yoga, segundo os Yogasutras de Patanjali: Yama (autocontrole); Nyama (regras estabelecidas); Asana (posturas); Pranayama (controle da respiração); Pratyahara (dissociação da consciência dos estímulos exteriores); Dharana (concentração); Dhyana (meditação) e Samadhi (identificação com a consciência pura).  

Para relembrar, os Niyamas são cinco observâncias que todo o iogue deve buscar:
Shausha, pureza; Santosha, satisfação; Tapas, austeridade; Ishwara-pranidhana, entrega; e, Swadhyaya - auto-estudo.


Esse texto aborda o II Niyama  
Santosha, contentamento संतोष

Santosha significa contentamento, a prática de se contentar [1]. Estar satisfeito com o que quer que a vida lhe apresente, permanecendo equilibrado em todas as circunstâncias, favoráveis ou desfavoráveis [8]. É sentir-se equilibrado em ambas as situações – na vitória ou na derrota [6], buscando alegria e serenidade na vida [2]. Aceitar a impermanência mantendo a mente pacífica e contente [9]. O cultivo do contentamento é  viver o tempo presente sem pensar no passado ou sonhar acordado com o futuro [1].

Santosha é uma atitude fundamentalmente alegre, baseada na condição de harmonia e tranquilidade interior. É uma qualidade interna que ocorre espontaneamente através da prática frequente da meditação. Santosha também é a ausência de emoções negativas e a presença de emoções positivas [5]. A mente funciona harmonizada e não existem pensamentos ruins contra algo ou alguém [6]Quando se está contente e realizado  não se vê as faltas e os erros dos outros [6]. Em sua forma mais alta, santosha é o contentamento e a paz que advém do descanso em nossa próprio espírito [5]

Santosha também  está relacionado com  Aparigraha. É sentir-se satisfeito com os recursos disponíveis [5], manter uma vida simples.  Estar satisfeito com as necessidades básicas da vida - a ausência de desejo por coisas supérfulas, querer sempre mais. Uma vez que uma pessoa percebe que tudo o que tem - seu corpo, sua mente, a própria vida - é concedida por Deus, que de fato ele não possui nada, ele experimenta profunda gratidão. Isso resulta em inigualável tranquilidade da mente [7]. Quando você está contente, existe uma estabilidade interior, não existe desejo de ganhos, não há medo de perda. A natureza é pura, completa e não necessita adicionar mais nada a ela, gerando um sentimento de contentamento interno e de totalidade na vida [6].

O contentamento deve ser cultivado através da prática da meditação. Ao meditar é possível experienciar o momento presente e, dessa forma, cessar as flutuações mentais. Uma mente que se identifica com o conteúdo dela não é capaz de se concentrar [4]. Uma mente calma é capaz de refletir em si a felicidade, que é inerente à nossa verdadeira natureza divina [5]. O surgimento constante de desejos impede que essa felicidade se manifeste na mente. É somente quando esses desejos são eliminados que a mente fica perfeitamente calma [5]

Dicas de meditação para auxiliar na busca pelo contentamento





















Que todos os seres possam alcançar o contentamento,
Namastê
संतोष


Referências
[1] Chakra e Kundalini workbook
[2] Hinduism online lexicon dictionary
[3] Kundalini the secret of yoga, Gopi Krishna, 1972
[4] Light on yoga, BKS Iyengar
[5] Om Yoga
[6] Sabedoria e práticas de yoga, Satyanada Yoga Vidya
[7] Theory of Chakras
[8] Yoga of Gita
[9] Yoga Makaranda


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